sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O circuito da relatividade


A vida é relativa. Tudo é relativo. Albert Einstein foi autor da Teoria da Relatividade. Para que serve essa teoria eu não sei, nunca entendi com clareza o que ela quer trazer, tampouco precisei utilizá-la em minha vida cotidiana. Mas a palavra “relativo” tem para mim uma conotação real, a partir do momento em que descobri que “absoluto” definitivamente consiste em uma miragem.
É fato que nada é absoluto, ou seja, “tudo é relativo”, seu inverso.
Por “tudo” eu falo tudo, tudo mesmo, o que nos rodeia ou não.
Houve o tempo em que eu acreditava que a vida (o mundo também) era como na ficção ou nos contos de fadas, onde existia apenas o bem e o mal, e aquele derrotava este. Muito bom seria se o andar da carruagem fosse tão simples quanto parece, mas hoje vejo a questão por outra ótica, e digo diferente: que maravilha que a carruagem necessita de ornamentação, regulagem nas rodas e freio, reparos nos orifícios causados pelas pedras do caminho. Por que maravilha? A situação não teria a mínima graça com tudo fácil demais.


Que é difícil aceitar perdas, fracasso, críticas negativas, traição (de quem quer que seja) todo mundo sabe, assim como sabe que a vida é aquela eterna roda gigante, onde uma hora estamos por cima, outra hora por baixo. Por todos saberem disso tudo, muitos não refletem o subjetivo desse quesito. Convenhamos, é muito bonito ver o horizonte de cima daquele gigante do parque, podemos até agradecer aos céus por termos saúde e olhos para ver paisagens tão belas, mas raramente iríamos querer exaltar o chão que nos conduz à saída do brinquedo.
Não é pecado não reconhecermos tudo a nossa volta, por mais que a gratidão seja essencial à vida humana. Que seria algo realmente pecaminoso na essência do ser? Diante dos tantos sentimentos e atos malignos existentes, voto na vingança.
Ironia ou não, nunca vi ninguém lucrar com isso, pois quando o círculo de “maldade” continua (através da vingança), ele nunca vai parar, se estagnar em um equilíbrio, a não ser que alguém ceda e o decida quebrar. E esse rompimento será um fato “relativo”, toda a situação terá que ser revista (afinal ninguém quer estar embaixo, próximo ao solo, na roda gigante).
Há normalmente uma motivação para as questões, simples ou complexas, e isso responde também ao desejo de vingança. O motivo pelo troco foi porque alguém fez mal, e merece ser castigado da mesma maneira ou pior? Por que então a dúvida não surge, em um momento de lucidez, em detrimento à valoração dada à situação fática? Simplesmente parece que somos somente seres “emocionais” (movidos pelos sentimentos), e não também “racionais” (o homo sapiens, ou seja, nossa raça).
É louvado aquele que consegue planificar os fatos, conter as suposições (e os abalos da emoção) e averiguar enfaticamente o fundamento para a atitude maliciosa, e assim não cometer uma injustiça consigo, muito mais do que com o outro, pois é no futuro que se colhe o que se há plantado no presente. E se a vingança se materializa, posteriormente as conseqüências são desastrosas.
Há, portanto, que relativizar o modo de interpretar as situações, abrigar-se em vários ângulos, mirar os efeitos, e essencialmente entender as causas de tudo. E para mover a carruagem, paciência e tolerância, para enfrentar o trabalho de curá-la das feridas.
Albert Einstein foi autor de célebres frases, como a que particularmente me encanta: “Se A é o sucesso, então A é igual a X mais Y mais Z. O trabalho é X; Y é o lazer; e Z é manter a boca fechada”. Essa é uma boa pedida...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Grata por trocar idéias comigo!

Leia também: