sábado, 22 de maio de 2021

 

Ninguém quer ficar só.

Todos buscam seu individualismo e privacidade, mas ninguém quer ter a solidão como companheira.

Por que tanto temor?

Existem pessoas que valorizam os bens materiais, especialmente os mais dispendiosos, ou que apresentem uma marca. O valor atribuído a tais bens servem mais para atrair os olhares das demais pessoas, do que propriamente preencher necessidades pessoais. Essa maneira de chamar atenção é, sobretudo, para não se sentirem sozinhas.

Novamente entra o temor da solidão.

Por que não atrair olhares por modos e virtudes? Talvez porque ainda não os tenha reencontrado dentro de si, ou talvez por preguiça de exercitá-los – comprar, então, se torna mais fácil e menos trabalhoso.


(07/02/2003)

sábado, 5 de janeiro de 2019

Cores

Comecei caminhando entre belas flores cor-de-rosa. O sol as mostrava em perfeita sincronia com outras cores presentes naquele momento. Era tudo emocionante demais para acreditar ser real. 
A noite chegou e com ela veio outra luz, menos extensa, porém envolvente. As imagens anteriores haviam mudado. Tudo parecia quieto e maduro, alterando também os meus sentidos. Concluí que teria que esperar o amigo sol ressurgir, para devolver o êxtase rompido e as cores perdidas. 
O tempo não parecia se alterar, mas pacientemente esperei.
Enfim percebi as primeiras gotas luminosas banhando as belezas do lugar. Porém tudo havia mudado!
As flores já não estavam tão belas. As cores já não estavam tão vivas.
Em cima de um monte eu estava, cansada e abatida.
Com firmeza alguns passos dei, e cheguei à borda de um poço profundo.
Com águas límpidas, banhei-me e agradeci.

(23.02.06)

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Conto Zen

Há um conto Taoísta sobre um velho fazendeiro que trabalhou em seu campo por muitos anos. Um dia seu cavalo fugiu. Ao saber da notícia, seus vizinhos vieram visitá-lo.

“Que má sorte!” eles disseram solidariamente.

“Talvez,” o fazendeiro calmamente replicou. Na manhã seguinte o cavalo retornou, trazendo com ele três outros cavalos selvagens.

“Que maravilhoso!” os vizinhos exclamaram.

“Talvez,” replicou o velho homem. No dia seguinte, seu filho tentou domar um dos cavalos, foi derrubado e quebrou a perna. Os vizinhos novamente vieram para oferecer sua simpatia pela má fortuna.

“Que pena,” disseram.

“Talvez,” respondeu o fazendeiro. No próximo dia, oficiais militares vieram à vila para convocar todos os jovens ao serviço obrigatório no exército, que iria entrar em guerra. Vendo que o filho do velho homem estava com a perna quebrada, eles o dispensaram. Os vizinhos congratularam o fazendeiro pela forma com que as coisas tinham se virado a seu favor.

O velho olhou-os, e com um leve sorriso disse suavemente:

“Talvez.”

(Autor Desconhecido)

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Grave aqui o seu recado:

Existe um fenômeno chamado gravidade. Ele é conhecido por manter cada coisa em seu lugar. 
Os seres humanos não podem ficar de cabeça para baixo por muito tempo, sem antes sentir alguns desconfortos dentro do seu organismo. 

Até mesmo as bolhas de sabão 
tentem a descer em direção 
ao chão.

A gravidade é como o Grande Irmão: 
controla nosso movimento, nossa ação...

As rugas então? 
Aquela tal grava a idade na pele, que nem tatuagem...

Mas nós, humanos, insurgentes e rebeldes, encontramos uma brecha na danada da gravidade e, enquanto ela não percebe, nós botamos pra crescer.
(Até o dia em que ela percebe nossa rebeldia e, então, resolve nos deter.
Aí ela nos poe de volta ao chão!)

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Cacas, cacos e um chão cáqui

Hoje deixei cair das minhas mãos um copo de vidro.
No chão ele se despedaçou, espalhando cacos grandes e pequenos pela região.
Fui catá-los, limpar hoje o lugar
para ninguém amanhã se machucar.
A mente se encheu de reflexões.
Naquele espaço em uso, aquele piso que recebe, há 28 anos, cacos de vidro quebrados por mim.
Descuido de criança, desatenção de gente grande. 
Quanta história sobre frágeis vidros rompidos falaria aquele chão cor de cáqui!
Ele que recebera pisadas, tropeços e algumas varridas, em todos esses anos.
Lembranças do passado,
e eu pensando no futuro!

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

"Não possuo a beleza da perfeição, 
a força da sabedoria,
o olhar amplo do conhecimento.
Só possuo o suave sussurro... da esperança."

(Joan Walsh Anglund)

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

"A humanidade sacrificou os deuses imateriais e ocupou o templo com o “deus mercado, que organiza a economia, a vida e financia a aparência de felicidade. Parece que nascemos só para consumir e consumir. E quando não podemos, carregamos a frustração, a pobreza, a autoexclusão. O certo hoje é que para a sociedade consumir como um americano médio seriam necessários três planetas. Nossa civilização montou um desafio mentiroso” 

José Pepe Mujica, presidente do Uruguai, durante discurso na Assembleia-Geral da ONU.


segunda-feira, 1 de abril de 2013






Amor Afeição
Amora Feição
Refeição
Amor a Feição
Amor Afe São
Clamor
A Mora   

terça-feira, 2 de outubro de 2012

uai!?


O mercado de trabalho só valoriza quem faz, e não quem pensa.
Infelizmente ninguém é pago só para pensar.
Exigem, pelo contrário, que pense pouco e faça muito.
Isso é consequencia da rapidez de processamento de tudo, mudança constante que exige o trabalho em série, com fórmulas pré-determinadas.


quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Quem gosta de ser controlado?

Controle.  Palavra que corresponde bem ao que é "ser" humano. Ter domínio sobre tudo (visível ou invisível), ter compreensão sobre o que o cerca.

Tal necessidade advém da tendência ao movimento (se o homem fosse inerte, não haveria importância em querer controlar, pois tudo já estaria sob controle).

Porém, este ato é mais natural em pessoas inseguras; pessoas ditas otimistas permitem que o acaso lhes traga os frutos.

Usar deste atributo sobre a própria existência é justificável. Ter a razão como governante da emoção e dos desejos é próprio da "Prudência", ou seja, tomar as decisões analisando as consequências, ser ponderado, é o caminho para se chegar ao controle.

Os problemas, no entanto, começam a surgir quando seu uso se intensifica também na influência da vida alheia, no querer controlar o outro. Esta atitude tolhe a espontaneidade e a confiança do controlado, que se sente prendido a um mundo idealizado por quem o comanda. A sensação final é de ser nada mais que uma marionete... Perde-se, com o tempo, a individualidade, a essência, e se entram as máscaras da personalidade.

As crianças são genuinamente autênticas, mas são tão condicionadas nos "nãos", durante o crescimento, que chegam à fase adulta sem saber quem sao verdadeiramente!

Ninguém quer ser controlado, mas quer controlar os outros. Por isso, no final das contas, ninguém é livre!

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Desejos singulares

O que move o homem, no seu caminhar, a continuar seguindo avante, é o objetivo que ele tem vislumbrado, para sua vida.

Esse objetivo é o que dá sentido a sua existência, e traz aquela ânsia em se empenhar a fazer da caminhada uma "arena de combate" contra os obstáculos, isso tudo para que haja, por fim, a conquista do desejado.

O objeto de desejo, para que se transforme na função essencial a qual tange o ser humano, é diversificado. O que para uns pode parecer tolo, para outros é essencial em sua vida. As diferenças humanas são tantas, que às vezes tende-se a taxar o outro como "supérfluo" ou até mesmo "imaturo", simplesmente por não ter objetivos semelhantes aos nossos. Mas isso pode ser visualizado de forma diferente, quando houver consenso de que o belo da vida é justamente a singularidade de cada um.

A valoração, portanto, não deve ser concentrada nas diferenças, mas na importância que o objetivo representa para o ser que o anseia.

Cada qual no seu cada qual; cada um na sua singularidade; cada um nas suas metas e nos seus valores...

sexta-feira, 15 de junho de 2012

ah, o amor...

O amor, para mim, é a maior incógnita que esta existência pôde me trazer.

Porque, se é para ser o sentimento mais nobre, então ele deveria ser perene em nosso espírito, mas como ainda somos humanos distraídos e desordenados, ainda não vivemos plenamente nele. Ou seja, quando dizemos que amamos alguém, não é do amor absoluto que falamos, mas talvez de um amor relativo, aquele que um dia acaba...

A função do amor é unir. Eternamente.

Mas o nosso amor, tal como o conhecemos, favorece a uns (aos mais próximos, aos que são bons conosco e convenientes a nós) e justifica a compaixão (que muitas vezes é exercida por conta da proposta de, ao final, entrarmos no "reino dos céus").

E nos dizemos seres humanos...

Eu sou da escola antiga que inclui os homens e mulheres no reino animal. Temos alma animal, vivemos sob as emoções. Desejos e medos. 

Ansiamos o amor e o tememos, pois nós, seres humanos de carne e osso, ao invés de usarmos sabedoria e promover união, temos a tendência de separar tudo, com a proposta de adquirir conhecimento (para, quem sabe, conquistar o mundo).

E tudo isso para que? para viver em contradições, já dizia Camões...

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;


É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;


É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.


Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

E isso é só um exemplo!




terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Dados interessantes sobre João Pessoa-PB

Fundada em 1585, João Pessoa, no Estado da Paraíba é a terceira cidade mais antiga do Brasil. Possui uma história de 420 anos, bem guardada em seus monumentos e preservada no verde, por sinal, uma de suas características mais fortes, o que lhe rendeu o título de segunda cidade mais arborizada do mundo, perdendo apenas para Paris. A classificação foi dada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1992.

Dona de um litoral privilegiado com aproximadamente 30 quilômetros de praias, todas limpas e quase intocadas. A parte baixa da cidade tem atrativos para quem busca na arquitetura dos últimos três séculos o testemunho do processo de desenvolvimento nordestino, além de outros encantos que se traduzem em ancoradouros do rio Sanhauá, casarões antigos, hotéis, igrejas e praças. Na outra parte localizam-se as construções administrativas, religiosas e os prédios residenciais de alto padrão.

João Pessoa é também conhecida como a capital da ternura. Dos seus cerca de 600.000 habitantes, 55% predomina a população feminina.

Fonte: Legião da Boa Vontade - João Pessoa/PB
http://www.lbv.org.br/index.php?id=144&option=com_content&task=view

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O ser humano está caminhando para autonomia.

Cheguei a esta conclusão ao analisar o individualismo cada vez mais intenso, na sociedade atual.

Cada um se fecha no seu mundo (alguns nos seus computadores). Fofocar e reparar na vida alheia, antes feito por pessoas que se sentavam nas calçadas de suas casas (com a justificativa de prosear), hoje é feita por revistas e webs especializadas no tema.

É um individualismo, mas também é uma especialidade. O mundo atual não mais comporta alguém que saiba de tudo um pouco: tem que se aprofundar somente em uma coisa (com a justificativa de que assim se faz um melhor trabalho).

Eu discordo. Tudo na vida é um conjunto. O homem vive em sociedade por que cada um necessita do outro, e juntos se complementam. O corpo humano é um só, então por que tantas especificidades sobre cada célula do organismo?

segunda-feira, 15 de março de 2010

Elogios

Começo perguntando-me: Por que elogios nos satisfazem?

Para tentar obter uma resposta, escolho a palavra-chave que considero como ponto de partida: ego.

Ego é algo inerente ao ser humano, intrínseco em sua personalidade. Ele, de certa forma, nos traz a noção de quem somos.

Segundo o Wikipédia, "O Ego representa um conjunto de idéias, vontades e pensamentos que movem a pessoa e desenvolvem a sua perspectiva diante da sua própria vida. É a experiência que o indivíduo possui de si mesmo." (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ego)

Se o pensamento é algo que pertence a nós mesmos, em nossa intimidade, assim como as idéias e as vontades, então é algo que pertence à pessoa, que domina o seu Eu.

Quando somos elogiados por algo que fazemos, o domínio que temos sobre nossos atos é reconhecido publicamente, e isso afaga a perspectiva de nossa importância para o mundo. Sentimo-nos bem, nossa auto-estima se eleva, há conforto na vida, e podemos até ter a impressão de que permaneceremos assim por um bom tempo. É como se alguém nos fizesse um carinho, um "cafuné" em nossos pensamentos.

O contrário ocorre, quando recebemos uma crítica negativa, a qual se configura como um verdadeiro incômodo, ou, exemplificando, um "soco na barriga".

O elogio nos dá a força de vontade para continuarmos em determinada empreitada, ou simplesmente nos mostra um reconhecimento de algo que contemos. É essencial ao ego, desde que não seja valorizado em demasia.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Mundo em mutação, e eu com minhas rugas...


Depois de anos de especulação acerca da extinção do "trema" na gramática da língua portuguesa, hoje temos a certeza do seu enterro, pela reforma ortográfica.

E pensando nisso, senti-me velha. Assim, estou, quando em anos anteriores presenciei algo, que simplesmente se esvaiu da escrita cotidiana. O hábito de tantos anos lendo e escrevendo palavras que, a partir de deste ano, mudarão de regra, por si só conduz àquela sensação de que "presenciei um fato na história da língua portuguesa que não mais voltará a ocorrer".

Certamente o mesmo deve ocorrer com as pessoas que escreviam "pharmácia", "annúncio", "prohibir", "acção", ou, entrando no âmbito histórico, que vivenciaram a ditadura militar, a segunda guerra mundial, e hoje nos contam como era tudo em seu tempo de juventude.

Não passei por situações marcantes, enquanto consciente de mim mesma (o Impeachment de Collor não conta, pois não me recordo do fato, por ser criança). Então, que tenho eu a contar hoje, além da queda do "trema"?

Essa foi a primeira consciência das mudanças no mundo em que vivo, mundo este que me trouxe outras alterações mais: aposentadoria do disquete pelo CD-ROM; do walkman e discman pelo Mp3 Player; do videocassete pelo DVD Player; da radiola pelo CD; da mochila Company pela Eastpak; da fotografia analógica pela digital; do cheque pelo cartão de crédito... E elas não se esgotam por aí.

Diferentemente da extinção do trema, porém, essas conversões foram gradativas e não me pegaram totalmente de surpresa. Fizeram parte de uma evolução constante e perene. Já naquele, foi decidido por convenção de que seria melhor a mudança, para uniformizar a língua portuguesa entre os países que a utilizam. Assim, por alguns gramáticos crerem que esse instituto se encontrava em desuso, acharam melhor e mais conveniente excluí-lo das nossas vidas.

Da minha vida ele não fugiu, pois continua em minha lembrança, nem que seja para eu me policiar em seguir as novas regras e não mais utilizá-lo nas palavras. E que integra no amadurecimento mental senão as lembranças? E uma lembrança, que leva a outra e mais outra, remete-me a minha "velhice" atual, através da análise de mais uma mudança do mundo enquanto vivo...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O circuito da relatividade


A vida é relativa. Tudo é relativo. Albert Einstein foi autor da Teoria da Relatividade. Para que serve essa teoria eu não sei, nunca entendi com clareza o que ela quer trazer, tampouco precisei utilizá-la em minha vida cotidiana. Mas a palavra “relativo” tem para mim uma conotação real, a partir do momento em que descobri que “absoluto” definitivamente consiste em uma miragem.
É fato que nada é absoluto, ou seja, “tudo é relativo”, seu inverso.
Por “tudo” eu falo tudo, tudo mesmo, o que nos rodeia ou não.
Houve o tempo em que eu acreditava que a vida (o mundo também) era como na ficção ou nos contos de fadas, onde existia apenas o bem e o mal, e aquele derrotava este. Muito bom seria se o andar da carruagem fosse tão simples quanto parece, mas hoje vejo a questão por outra ótica, e digo diferente: que maravilha que a carruagem necessita de ornamentação, regulagem nas rodas e freio, reparos nos orifícios causados pelas pedras do caminho. Por que maravilha? A situação não teria a mínima graça com tudo fácil demais.

sábado, 27 de setembro de 2008

Falando em problema...


O tema desse texto será problema. Não que isso seja um problema para mim, mas a sua compreensão e solução (digo, do problema em si) de fato chega a ser um problema. Entendeu? Se não, não tem problema... Ops!

Indo rumo ao que realmente interessa, sobre como o "problema pode ser encarado de frente", eu diria, em minha opinião, que não há uma fórmula, pois psicologia não é uma ciência exata.

Assim como a energia, o problema também segue a lei de que "nada se cria, nada se perder, tudo se transforma". Então, ele não é criado, não surgindo do nada, e sim de algo que anteriormente não era problema e que depois se transformou nele.

Tomando como base essa minha conclusão sobre o "surgimento" do problema, podemos caminhar um pouco mais dentro deste enigma. Se ele era antes algo possivelmente bom, nos perguntamos porque ficou ruim. E eu diria que isto ocorre por inúmeros fatores, alheios e/ou inerentes a vontade da pessoa.

Acredito muito que haja um fator transcedental em torno do problema, ou até mesmo um fator previsível, v.g. a carga genética, o subconsciente, e por aí vai. Estes fatores, juntamente com o pensamento (cérebro) da pessoa, acabam transformando algo em problema. Mas o que é esse algo? Creio eu que sejam experiências do dia-a-dia, prazerosas ou não, mas que fazem a diferença e são relevantes, principalmente em relação ao algo já revestido em problema.

Apesar de ter inventado tais teorias e divagado ao responder uma única pergunta, eis a minha conclusão: o problema pode ser encarado de frente, a partir do momento em que compreendemos de onde veio e aonde irá chegar. Uma tarefa para gênio, mas não custa nada tentar!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Amor Universal Segregado

"O amor é eterno - a sua manifestação pode modificar-se, mas nunca a sua essência..." (Vincent Van Gogh)

O sentimento “amor”, descrito nos mais antigos poemas românticos, espelho de todo clã primitivo, símbolo de bem querer nas mais remotas civilizações, todo esse sentimento supremo, disposto de acordo com sua categoria, é contradito quando conhecido como inteiro e universal, mas não por sua complexidade.

Ele é composto, proveniente de muitas facetas; em cada modo de relacionamento humano encontra-se uma classificação, e com a natural separação dos entes, abstratos ou não, um derivado.

Suas "caras" podem ser observadas nas muitas situações da vida, quando se trata a respeito do sentimento nutrido pelos ascendentes, descendentes e colaterais de uma família, entre amigos ou aos que são mais que amigos (namorados, casados, etc.), aos altruístas, enfim, qualquer pessoa que valoriza o próximo, com o cuidado de quem analisa a si mesmo.

Mas, todo esse grande aliado da bondade humana subsiste da mesma maneira em todos os seres pensantes? E ele se comporta de modo íntegro, ou segregado de acordo com a classe que representa?

domingo, 8 de junho de 2008

Bloco das muriçocas gigantes


Andando pelo meu bairro, compreendi algo que sempre passara diante dos meus olhos acomodados: as incessantes construções de edifícios tomando o lugar das casas de outrora.

Algumas ainda sobrevivem, em meio aos espigões que emergem a cada ano, porém essa realidade não está longe de ser arquivada, afinal, pelo progresso, de tudo se abdica.

Por tanto tempo não me ocorreu de prestar maior atenção em tal realidade, ainda que a cena estivesse clara como uma fotografia em movimento. Até que conheci uma outra cidade que me fez voltar dentro da memória e avaliar o meu lar, desde os meus tenros anos de vida, até o presente momento, e analisar o solo em que constituí minha vida.

O mundo mudara, e junto se foi o meu terreno, que padeceu na ideologia evolutiva e lançou naquele sítio as mais altas construções (incluindo o arranha-céu do nordeste, aquele que veio espiar, do topo dos seus 42 andares, o clube branco e rubro, que Borsoi algum tempo atrás projetara). A infância, contida nas lembranças da província com visões futuristas, tato interiorano, cheiro de nostalgia, sons carnavalescos e sabor de reprise, não foi repetida, por causa da condição inerente a qualquer energia, matéria ou ser vivo: crescer, transformar, desenvolver.

Diante desse anseio constante, temos um novo quadro de um lugar que, apesar dos grandes apelos da construção civil, ainda assim resiste à tentação de entregar os seus maiores trunfos: o das casinhas ao redor da granja, residência do chefe do executivo estadual; dos pernilongos que ali fazem sua morada fiel; das ruas de paralelepipedo e praças, aspectos rurais em meio a um bairro dominado pela alta da imobiliária.

Perdemos algo grandioso, como o retrato do mar e seu horizonte, para as montanhas de concreto e argamassa, que na falta de um coletivo chamarei de SESA (Setor de Edifícios Super Altos), mas não perdemos a alegria emanada do bairro que gerou o maior carnaval de rua e que ainda faz muita gente se coçar.

quinta-feira, 31 de maio de 2007


A FILOSOFIA NO BRASIL
(TEXTO DE MIGUEL REALE, o senhor simpático da foto ao lado)

Nenhum ramo do conhecimento e das artes se improvisa, mas é, necessariamente, o fruto amadurecido de uma longa experiência cultural. É o que, mais uma vez, ficou demonstrado pelo VII Congresso Brasileiro de Filosofia realizado, com êxito excepcional, em João Pessoa, capital da Paraíba, de 18 a 23 do corrente mês de agosto.

É claro que esse evento não teria sido possível se não fosse a competência e a dedicação de Tarcisio de Miranda Burity, magnífica figura de filósofo do Direito, por duas vezes governador do Estado da Paraíba, mas os resultados nele atingidos decorreram dos fatores logo mais analisados.

Preliminarmente, quero realçar que o mencionado congresso, promovido pelo Instituto Brasileiro de Filosofia, contou com a participação de treze representantes de universidades da Alemanha, da Argentina, da Espanha, do Equador, da Inglaterra, da Suiça e de Portugal, o que lhe deu um alcance internacional.

Cerca de setenta pensadores brasileiros, oriundos de quase todos os Estados da Federação, puderam dialogar entre si e com os mestres estrangeiros sobre os problemas universais da filosofia, os quais nunca deixam de revelar algo de próprio e peculiar às nações a que pertencem. Não há, em verdade, “filosofias nacionais”, a não ser como expressão do que resulta da pluralidade dos idiomas, sendo a língua, no dizer de Heidegger, o solo da cultura; e também pela opção e o predomínio dos temas universais preferidos em cada uma das comunidades nacionais, o que se poude notar bem no encontro de João pessoa.

O VII Congresso Brasileiro de Filosofia notabilizou-se pela grande diversidade dos problemas debatidos, desde os da metafísica até as questões de ordem econômica e política, não faltando sequer o estudo do terrorismo, visto por uns como fenômeno local, mas apreciado pela maioria como uma ameaça internacionalizada no mundo contemporâneo em virtude dos processos eletrônicos que tornam o mundo cada vez mais um só, o que, porém, não legitima a iniciativa da luta anti-terror por um só país, por maior que seja o seu poderio cultural e militar.

Ora, o alto nível das questões analisadas em João Pessoa resultou, no que se refere ao Brasil, da formação intelectual propiciada pela fundação de nossas universidades a partir da década de trinta do século passado, com faculdades ou cadeiras destinadas ao estudo de problemas filosóficos.

Se, todavia, as universidades consagraram os processos metodológicos dessa pesquisa a partir da crítica dos textos dos pensadores europeus ou norte-americanos, não se deve esquecer que o pensamento brasileiro ficara insulado em cada região de nosso imenso território, não raro com o predomínio desta ou daquela doutrina, como aconteceu, por exemplo, na Universidade de São Paulo, na qual, durante muito anos, o marxismo foi considerado “a filosofia de nosso tempo”.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

O Direito em Evolução


Disse, certa vez, um renomado professor, que "o Direito é o homem no tempo e no espaço". Isso me fez pensar bastante e modificar alguns conceitos que, até então, possuía sobre essa ciência. A primeira lição que aprendi neste honrado curso foi a de que este instituto sofre constantes mutações durante sua trajetória. Seu objetivo não é chegar a um fim essencial, tampouco encontrar uma justiça perfeita. Ele quer ser usado, para concretizar questionamentos e soluções no presente.

A evolução natural é inerente a sua personalidade científica, o que faz do ser humano um freqüente estudioso e pesquisador do ramo. Ser considerado um jurista é, acima de tudo, ter consciência de que o é pelo ato de perguntar, e não de responder. O inconformismo, inerente à razão, permanece em seu caminho, descobrindo-se moderno e sugestivo em sua época, visto que, concomitantemente, rege a vida dos indivíduos e aclama-se em torno da organização social.

Junto com o mundo, faz-se uma nova história, em determinado lapso temporal, aproximando a realidade ficta da fática. Pessoas comuns utilizam-se de seus próprios instrumentos, para transformar a sociedade, de acordo com o seu progresso, e tornam nobre a ânsia pelo conhecimento jurídico.

(Rayssa Melo - João Pessoa, 10 de maio de 2006)

domingo, 17 de dezembro de 2006

Trocando em miúdos


Não acredito ter o dom da escrita, tampouco conheço a mim mesma, para decidir se tenho pensamentos úteis (ou não) às pessoas.

Mas penso que não há necessidade de fórmula, para se escrever idéias e ideais. Basta ter um certo domínio na língua portuguesa, uma boa base de leitura prévia, e muita vontade de escrever e trazer contribuição à sociedade.

Fica, então, a minha dica e incentivo: Vamos apreciar textos culturais, que tragam conhecimento e opiniões sobre assuntos construtivos, de forma clara e objetiva, porque só assim cresceremos intelectualmente e seremos estimulados a contribuir também na troca de informações. E vamos, acima de tudo, valorizar aqueles que pesquisam, para escrever algo útil e louvável.

Para completar, uma frase de Machado de Assis:
“O que se deve exigir do escritor, antes de tudo, é certo sentimento que o torne homem do seu tempo e do seu país, ainda quando trate de assuntos remotos no tempo e no espaço.”
Sentimento de Nacionalidade (Ensaio)

Recomendo:

http://www.modosdedizeromundo.blogspot.com/

http://www.fantochesnuncamais.blogspot.com/

sábado, 2 de dezembro de 2006

Inauguração


Ainda estou pensando no que escrever aqui, como inauguração deste blog...

...

Bem, como agora não estou inspirada a escrever ou dissertar sobre alguma questão, resumo minhas palavras ao dizer que, neste blog, pretendo refletir e expor opiniões, sobre o que der na telha na hora em que a inspiração surgir.

Portanto, não pretendo expor nada da minha vida, não quero fazer deste um diário pessoal; para isso, eu tenho o Orkut.

Então, beijos a todos e espero que gostem do blog!

A propósito, essa foto é da minha querida e amada cidade... linda a foto,não?

Créditos a Anne Pellicciotto!

vejam mais fotos desta fotógrafa em:
http://www.anneseye.com
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